Autoridades dizem que aumentou o número de brasileiros que atravessam a fronteira protegidos pelo seguro |
A Administração Federal de Ingressos Públicos (AFIP), nome oficial da aduana argentina, flexibilizou a exigência do seguro carta verde na entrada do país vizinho, logo após a travessia da Ponte da Fraternidade (Tancredo Neves). Segundo funcionários postados na ponte ontem à tarde, a exigência do seguro está sendo feita de maneira seletiva ou por amostragem.
"Por seletiva queremos dizer que nós ficamos observando os veículos que passam e podemos exigir o seguro de alguns deles", disse. Os fiscais têm instruções de exigir a carta verde de veículos cujos passageiros tenham perfil de quem está indo para festas, de que possam beber e se envolver em acidentes.
Mas as autoridades deixam claro que o seguro carta verde continua sendo exigido. "Nós da aduana não temos a atribuição de fiscalizar o seguro 24 horas por dia", explicou o funcionário que liderava a equipe ontem à tarde, acrescentando que o organismo público tem as atribuições constitucionais de cuidar da entrada de mercadorias e valores que entrem no país.
Durante os primeiros dias de agosto, a exigência do seguro causou longas filas e muita gente foi mandada de volta. A notícia se espalhou e o movimento caiu. A queda no número de brasileiros foi sentida pelos comerciantes de Puerto Iguazú. Na feirinha, um lugar que destino de muitos brasileiros, o movimento caiu cerca de 80%, segundo o síndico Júlio Cesar Batista.
Dias depois, a exigência da carta começou a diminuir. "Mas notamos que muita gente está andando com o seguro. As pessoas começaram a entender que o seguro é algo que protege a eles mesmos. É uma questão de conscientização", disse o funcionário.
O movimento começa a voltar à normalidade e os turistas já estão nas ruas de Puerto Iguazú. O radialista argentino Enrique Zubermann aumentou a polêmica sobre o problema do seguro na fronteira, quando lembrou que 90% das motos que circulam na cidade vizinha e 40% dos motoristas não possuem os seguros exigidos. Como lembra o administrador da aduana em Puerto Iguazú, Pedro Aquino, a exigência do seguro que cobre danos a terceiros é para a proteção e tranquilidade do motorista do Brasil, Paraguai e Uruguai que entrem na Argentina.
Jackson Lima - A Gazeta
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